terça-feira, 30 de setembro de 2014

Música do Dia - Gentle Giant/The House, The Street, The Room

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.







"Expandir as fronteiras da música popular contemporânea correndo o risco de se tornar bem impopular" Era como os Gentle Giant descreviam o seu trabalho e a verdade é que expandiram mesmo fronteiras. Com uma composição que estava tão à frente do seu tempo que, ainda hoje, é distinto de mais para muitos ouvidos, Os gigantes faziam música com tudo, usando muita sonoplastia nos seus trabalhos, e inspiravam o seu universo nas criações de François Rabelais, que nos contava as histórias do gigante Pantagruel, filho do Grande Gargantua e de Badabec, a mãe que morreu durante o parto do carinhoso mas travesso gigante.

Os três irmãos Shulman formaram esta banda no final dos anos 60, altura em que o se queria música mais criativa, dando origem à etiqueta rock progressivo, que identificava o género tocado pelos Gentle Giant, embora os próprios se tenham identificado com um nome quase cómico: Baroque&Roll! 

O que é certo é que inovaram, seja com álbuns conceituais, pouco comuns para a época e para o género, ou nas rápidas mudanças no tempo, compassos diversificados e de alta complexidade, dentro da mesma música, ou nas melodias complexas e extensivamente elaboradas, com harmonias dissonantes. Mas o mais inovador seria até no uso do clássico, isto é, de instrumentos musicais não convencionais no género, de tão ultrapassados que estavam: instrumentos medievais e renascentistas como o Clavicórdio, o Cravo, o Alaúde e a Harpa e até mesmo uns mais malucos, criados pelos próprios membros, como o "Shulberry", inventado por Derek Shulman. Esta é uma música do álbum que estava a ouvir hoje - Acquiring the Taste - que mostra um pouco de todas as sonoridades por onde os gigantes passam, desde a música clássica aos solos eléctricos rasgados. Realmente, não há como ouvir para perceber... 

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