![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoBEQhyphenhyphenkzbWBC2IqCRFYlBNrp2Rh-2xosETDvH1Qo0dYAcEUDmriCa2ot6ScBiKQeX76PD3R7JIYk6eyYd8hwCVYNpBnfe8l40Ol-plv-x27KwYkEbsTtUvxkzwc86Z88V3hd9EvNmwoSe/s400/SEU_JORGE_nunofontinha_18901.jpg)
Seu Jorge fechou em grande a sua visita a Portugal, com três concertos em Portimão, Guimarães e Lisboa. No ex-Pavilhão Atlântico, que virou Meo Arena, o Mané Galinha encheu a casa e animou a malta por mais de duas horas. Acompanhado pelo “Conjuntão Pesadão”, passou do pézinho de dança, pelas baladas de amor e desamor, à introspecção social acabando em rockalhada e pastéis de Belém.
O “Conjuntão Pesadão” entrou em
palco com largos minutos de atraso e com a plateia a desesperar, depois do
calor deixado por Tiago Bettencourt começar a dissipar. Os músicos apresentaram-se
e finalmente: “Seu Jorge!!!”, que começou em altas com «Alma de Guerreiro»,
música feita de propósito para a novela brasileira «Salve Jorge» que, nem a
propósito, começa com “Jorge vem de lá da Capadócia, montado em seu cavalo”. Pés e vozes levantam-se com uma
versão um pouco diferente da de estúdio de “Mina do Condomínio” do álbum “América
Brasil”. Aliás, o Mané condensou bem a sua década e picos de carreira neste
concerto e logo a seguir “Chega no swingue” que veio dar o que dançar em viagem
no tempo até ao seu primeiro álbum “Samba Esporte Fino”.
Ainda tivemos direito a “Pessoal
Particular” antes de ficar muito calor na sala e Seu Jorge acalmar as hostes
com "Quem não quer sou eu", ambas do mais recente “Músicas para churrasco Vol.1”
e é aqui que começam os beijinhos pela plateia e balcões. Antes que a coisa
rolasse mais do que devia, Seu Jorge declama “Zé do Caroço”, de Leci Brandão, e
“Negro Drama”, dos Racionais Mc’s. Seu Jorge viveu na rua durante três anos, só
com a sua guitarra, e conhece bem a realidade das favelas, por isso não foi
surpresa que fossem declamadas estas músicas pela profunda voz do Mané Galinha,
que juntam o clamor da necessidade de um líder nas favelas e uma crítica sobre
a exclusão dos pretos no Brasil. Infelizmente foi o momento em que alguns
clientes mais exigentes ou com vontades mais estreitas aproveitaram para se pôr
a andar. Ou não lhes falta nada ou não pagaram os bilhetes, mas também pode ter
sido o som, que nos fundos do Meo Arena nunca foi muito famoso e, segundo o que
ouvi dizer, não se percebeu nada do que o Mané disse.
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Vai-se o banquinho e volta a
banda, o pé volta a mexer com “Mania de peitão” e a já esperada “Amiga da minha
mulher”, que serviu de bandeira a esta pequena digressão. Depois foi a vez de “Tive
Razão” tirar uns coros da plateia, que até trautearam os primeiros acordes. Entretanto
tivemos virtuosidade musical a expirar do “Conjuntão Pesadão”, que correu Led
Zeppelin e Bowie, reggeazada e solos a rebentar pelas costuras. Para acabar o
truque, presenteou a malta com “Carolina” e “Burguesinha”. Com isto pirou-se e
deixou o povo a pedir só mais uma. Respondeu com um Encore que trouxe “Mais Que
Nada”, de Jorge Ben Jor, mas antes pegou no seu smartphone e filmou a ovação do
público “para levar para casa e mostrar aos meus filhos” disse o Mané. “Pastelzinho
de Belém” foi um tributo a Lisboa que nem sei se teria mesmo este nome, mas era
o que se fazia ouvir, e foi o momento hilariante da noite em tom de despedida.
Enquanto os músicos se retiravam e acenavam ao público iam dançando ao som de "On
The Beat" dos B.B. & Q. Band.
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Um dos momentos mais bonitos da noite. Como não há vídeos com qualidade do concerto de Lisboa fica este, ao lado de Caetano Veloso, grande momento da música brasileira.
Fotografias com direitos reservados
Olá Sergio, não me importo que uses as minhas fotos nos teus posts mas agradecia que não retirasses a assinatura que coloco nas fotos. Ao menos coloca no final do post os creditos.
ResponderEliminarObrigado,
Nuno Fontinha
Boa tarde Nuno. tens toda a razão. O acesso é tão fácil que torna o desrespeito mais provável. Para além disso sou novato nisto e estamos sempre a aprender. Vou corrigir e aplicar daqui em diante.
EliminarObrigado