terça-feira, 17 de setembro de 2013

África já não rende. Vamos atravessar a Rússia!


Hoje tomei conhecimento de uma conferência internacional que vai decorrer entre 8 e 10 de Novembro. “O regresso do Jornalismo: A Grande Reportagem na Era Digital”, na Escola Superior de Comunicação Social, vai contar com os mais variados oradores, a maioria jornalistas com muita experiência, que já tiveram a oportunidade de estar em vários cantos do Mundo e de escrever grandes reportagens. Tiago Carrasco, João Fontes e João Henrriques vão estar lá a falar sobre “A Estrada da Revolução”, uma compilação de histórias da viagem que fizeram pelos países da primavera árabe, para contarem as peripécias das entranhas da revolução. 

A viagem destes três, um jornalista, um operador de câmara e um fotógrafo, começou quando decidiram largar os recibos verdes e “cravar” o caminho, de jipe, até à África do Sul, para chegarem ao mundial de futebol. “Até lá Abaixo” foi o resultado desta viagem, que conta as peripécias da equipa, e que foi o trampolim para o projecto seguinte. Sem um tostão, trabalharam para voltar para casa, mas decidiram dar a volta pelo golfo pérsico e vizinhança e escrever “A Estrada da Revolução”. 

Isto despertou-me o interesse para este tipo de viagens. Em registos editoriais variados, as viagens pelo continente africano são muitas. O Kiko, cozinheiro de profissão, e a Maria, jornalista, estavam por Moçambique, a fazer voluntariado, quando se lembraram de fazer uma viagem por vários países africanos e asiáticos, para descobrir a cultura gastronómica destes continentes. O resultado foi o site, blog e livro “Comer o Mundo”, que junta as suas histórias com as receitas tradicionais, ensinadas por quem as sabe melhor, os locais. Carlos Almeida Carneiro então, deve estar a fazer um passaporte novo. Terminou o curso de jornalismo há mais de uma década e começou a correr o mundo. Entre destinos mais exóticos, teve que parar um tempo por Londres, a trabalhar numa fábrica de salsichas, para amealhar dinheiro para as suas viagens. Ficou conhecido quando pegou numa bicicleta e em mil euros e desatou a pedalar até Dakar, ganhou o prémio de melhor blog 2008 e escreveu o livro com o mesmo nome que o blog “Até onde vais com 1000 euros”. Na sua última aventura, Carlos Almeida Carneiro, filho, pegou em Carlos Almeida Carneiro, pai, de quem herdou os genes de viajante, e foram dar uma volta à África. Desta vez foram de carro e devem ter gasto mais de mil euros. Esta aventura inspirou o livro “Nunca é Tarde”, e terá fomentado alguma obsessão por casas de banho limpas.


Se me vou pôr a falar dos jornalistas aventureiros que escreveram livros de viagens por África do Mundo inteiro, vou ficar com bolhas nos dedos, por isso fico-me só pelos portugueses mais falados. A verdade é que fico com uma pontinha de inveja sempre que conheço mais uma destas histórias. Mas são tantas as histórias de África que sinto que se ficar pelos livros nem é preciso ir lá. O verdadeiro espírito de aventura é ir ao desconhecido. Foi assim que me decidi que, quando me crescerem as joias de família, me vou lançar na minha própria aventura. A receita é simples, é preciso o desprendimento, uma carteira cheia, um “crowdfunding” não era mal pensado, um veículo caricato, um contexto e um percurso. Mas a sensação que tenho é que o Mundo começa a ser pequeno demais, mas ainda não tive o prazer de o conhecer pessoalmente, e como África já começa a não render livros que tragam novidade, fiz um percurso que vai de Lisboa, mais propriamente da Trafaria (daqui para a frente não vou conseguir ser tão preciso), até ao leste europeu, ir até à Rússia profunda, conhecer a Sibéria, descer até à Mongólia, atravessar o Cazaquistão e back to Europe. Parece interessante, ou não? Mas não faço ideia do que estou a dizer, e isso é que o torna mais aliciante. No entanto se souberem de um jornalista que já tenha dado esta volta avisem, não vá eu achar que estou aqui com ideias pioneiras e a fazer figura de urso. E para os meus milhares de leitores, nada de roubar a ideia!!

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