sexta-feira, 20 de março de 2015

Música do Dia - Black Sabbath/Planet Caravan

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.


Não sou um grande fã de metal... Eu cá é mais bolos (como quem diz rock), blues e outros géneros mais harmónicos, mas há que conhecer e reconhecer os grandes, não sendo possível passar ao lado dos Black Sabbath. Honestamente, pouco ouvi para além deste álbum, mas parece-me que se é só para ouvir um é este mesmo que é para ouvir: é uma das maiores influências para todo o heavy metal que foi feito desde então, com base em riffs simples de blues, mas com o simples e poderoso jogo de luzes entre distorção e melancolia do nosso amigo Ozzy 'arranca-cabeças-de-morcego-à-dentada' Osbourne. O álbum é quase uma obra conceptual que nos leva por cenários de guerra, holocausto, droga, febre e fenómenos sobrenaturais num ambiente que é mais escuro que o cu de um buraco negro.

Apesar disso há um pequeno vislumbre de luz neste momento de alívio (apesar da letra) que é o tema Planet Caravan, uma viagem sensorial pelo espaço que foi também a ponta da corda que me fez amarinhar pelo álbum acima.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Rehab Urbano à la Lisboeta é no Príncipe Real


Todos os dias que tenho que meter os pés ao caminho para ir para Lisboa trabalhar são uma paulada nas costas. O trânsito e as multidões lixam-me a vida. Como é que é possível demorar tanto a atravessar a ponte e chegar a uma ponta da cidade em tanto tempo como se vai até Castelo Branco? Faz-me perguntar porque é que insisto em trabalhar na capital. 



Lisboa dá-me mais é para laurear a pevide e curtir umas esplanadas, coquitéu e petisco... ai não, tapas... e entrar numas lojas onde não posso gastar um tusto mas em que arregalo o olho. A cidade do dandy por excelência - e nisso ela brilha - muito por conseguir juntar o chic e shock no mesmo largo, na mesma rua, no mesmo bairro.  Um deles - que se veio a tornar o ex líbris dessa faceta da cidade - é o Príncipe Real, vítima do revivalismo, com as velhas fachadas a rejuvenescer e a transformarem-se em espaços trendy, que empinam o nariz aos tugas e que vazam as carteiras aos turistas, mas com muita pinta. São diversos restaurantes de sushi, hambúrgueres gourmet e todos os petiscos que impelem qualquer foodie (excepto os tesos, que até é o meu caso) AH... e cenas tipo de moda e tal. O que é certo é que o bairro é distinto e quem lá vai não vai para ver mais do mesmo.


No cerne da questão está um gajo de stetson hat e cowboy boots - a minha maneira pouco estereotípica de imaginar um americano que nunca vi - que têm posto alguns espaços a brilhar: Entre Tanto Indoor Market e Embaixada são dois projectos da Eastbanc, empresa do norte-americano Anthony Lanier, que vem a promover projetos de reabilitação urbana desde Washington até Lisboa, onde já trabalha há 8 anos. No one and only bairro lisboeta, entre estas duas galerias e outros espaços habitacionais e comerciais, a Eastbanc conta que o investimento chegue aos 200 milhões de euros (qué isso??).

O tendencioso ENTRE TANTO

O Entre Tanto Indoor Market veio reconverter o Castilho Palace, um edifício do século XVIII. É o mais recente espaço comercial projectado pela tal empresa de Washington e já atraiu mais de 20 lojistas independentes que oferecem moda, design de interiores, decoração e petiscos e copos do melhor. 
A ideia, ao contrário do que se passa com o convidado que se segue, foi criar um espaço comercial funcional, com lojas de todos os géneros que fizessem com que os visitantes não quisessem sair de lá se soltar os cordões à bolsa. Moda vintage com a Change, mobiliário vanguardista com a Nichts Neues,  sumos (cagões) detox com a Liquid ou um cantinho com tudo o que põe uma senhora a brilhar, o 4Women, são algumas das opções que valem a pena explorar.



A sumptuosa EMBAIXADA

Em contraste com o estilo funcional e diversificado do Entre Tanto, A Embaixada é um espaço conceptual, dedicado ao produto e empreendimento português, que, apesar de mais empinadote, transpira tanta moda, cultura e lifestyle que dá vontade de um gajo se vestir bem e pôr perfume para dar uma visita e sentar-se numa das esplanadas a ler poesia. O tal americano veio reabilitar o Palácio Ribeiro Cunha, construído em 1857, e está aberto desde o final de 2013. É um conceito de restauração e lojas de marca que se revelam em corners trendy (já mete nojo tanto itálico) e tão bem decorado que apetece ir lá e ficar só a ver (ou isso é a falta de guita?).

Entre detalhes de criatividade e outros clássicos e elegantes, a personalidade destaca-se em marcas tão originais como Amélie au Théâtre, com moda vintage e acessórios femininos, a Organni, com cosmética orgânica para todos os sexos e idades, a VLA Records, que alia a música ao artesanato, o Café Bar Le Jardin, a moda e decoração inspiradas no estilo de vida rural português da Urze ou os designers de Moda da Storytailors. O melhor mesmo é passar por lá e ver tudo com os próprios olhos. A malta vê-se no quiosque para beber um cafézinho e pagam vocês.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

"Je Suis Charlie" Será o Novo Bastião da Liberdade de Expressão

Desde ontem que meio mundo está de antenas e corações virados para Paris, após o vil atentado aos jornalistas do Charlie Hebdo e à liberdade de imprensa. Digo meio mundo porque foi sem surpresa que vi outros que voltaram as costas em festa e celebraram os assassinos como heróis e também os que cá pelo ocidente escarnecem as vítimas ao afirmar que foram culpados de terem usufruído livremente dos seus direitos humanos e que se escondem com frases contraditórias como "Não que os actos terroristas sejam desculpáveis, mas..." e não entendem que não pode existir crença ou moral que justifique a barbárie. 

Os que celebram o terrorismo são cegos de nascença e nem me atrevo a tentar compreender o que leva uma educação tão errada a sobrepor-se ao mínimo bom senso, por isso é nos outros que o meu pensamento se concentra. Diverti-me a ver um vídeo do Sensivelmente Idiota a achincalhar o Gustavo Santos após o menino ter expressado essa atrasada opinião que, resumida, diz algo assim "Os terroristas devem ser apanhados e severamente punidos mas aqueles gajo também andavam a pedi-las" e uma série de idiotas que o defenderam a comparar que gozar com a opinião deste boneco é o mesmo que os terroristas fizeram, é violar a liberdade de expressão. Deparei-me também com um comentário de alguém que se perguntava "se gozarmos com um puto de dez anos porque é feio é bullying porque é que gozar com a religião dos outros é liberdade de expressão?" Vendo por esse prisma temos todo o direito de dar um tiro na carola a um puto porque gozou com o outro, ou não é assim? E este senhor também gozou com os muçulmanos e terroristas porque comparou a sua fragilidade com a de um miúdo de 10 anos, também merece um verdadeiro balázio nos cornos, se fosse a sentença aplicável ao acto de "gozar" que tantos atrasados mentais têm valorizado mais do que o atentado em si.

Mas como digo, defenderei acima de tudo a liberdade de expressão, por isso os idiotas têm todo o direito de continuar a ser idiotas, desde que as mútuas agressões não passem das palavras a que todos têm direito, assim como é o caso da opinião. Essas todos as temos que ter e a minha é que os que criticaram mais o acto dos jornalistas que o dos terroristas são uns valentes montes de merda que não são capazes de ver que o atentado não foram apenas as mortes destes jornalistas e cartoonistas mas a tentativa de nos roubar o benemérito que essas pessoas representavam!

Costuma-se dizer que as opiniões são como os cus, que cada um tem a sua. 
A única diferença é que no que diz respeito a cus, tentamos foder os que gostamos!

Hoje li dois grandes testemunhos da liberdade de expressão. O primeiro foi do Rui Sinel de Cordes, humorista que admiro e que compara, e bem, a liberdade de expressão com a liberdade humorística. Na verdade são a mesma coisa, com a única diferença a ser que é preciso ter uns tomates muito maiores para expressar, de forma transparente, a opinião através do humor. Este génio do humor negro criticou as massas de cartazes "Somos todos Charlie", entre os quais estavam alguns editores e produtores que lhe cortaram as vasas por o seu humor ser demasiado ofensivo. "Je também suis Rui Sinel de Cordes" e je cá também acha que todos os dias essa liberdade é atentada por regras editoriais.

O segundo testemunho que admirei foi o do Luís Pedro Nunes, director do Inimigo público. Talvez por me parecer ser o jornal que em Portugal está mais perto das convicções do Charlie Hebdo, a par do Diabo, um jornal de uma índole não tão satírica mas muito crítica, mas que infelizmente existe numa dimensão muito mais pequena. Luís Pedro Nunes fez-me acreditar que não se pode recuar perante esta disseminação do medo, e que a liberdade de expressão se deve fortalecer com este atentado, afirmando que o jornal Charlie Hebdo representava "um desafio à natureza da própria liberdade, à tolerância" com o qual eu não poderia estar mais de acordo, sobretudo no mundo do humor satírico e crítico.

É de alma pesada que uso a bandeira Je Suis Charlie e espero que as vítimas deste atentado sejam para sempre um bastião da liberdade de expressão e que todos os autores do mundo se lembrem deles quando tiverem que ser erguer contra qualquer forma de opressão desse bem precioso. Choramos as vítimas mas o que elas representam nunca morrerá!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Música do Dia - Pixies/Caribou

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.


"Here Comes Your Man" é o hit que leva o nome desta banda à maioria das bocas. Sinceramente, também era o muito pouco que conhecia dos Pixies, até a minha curiosidade ter sido aumentada por um filme, como felizmente acontece com muita da boa música que conheço. O dito cujo filme foi "Scott Pilgrim vs The World", uma pérola de culto da nova era para a qual vou ter sempre um lugar especial. Em suma, Scott Pilgrim reúne bons jovens actores, boa música jovem, uma realização jovem e excelentes referências culturais deste jovem século. Esta música, particularmente, nada tem a ver com o filme e faz apenas parte dos universos a que o cinema nos pode expandir e faz-me sentir algo de selvagem e puro... e como tal, sem grandes palavras... Boas escutas.

'O Vinho é que Instrói' é o Pregão Cada Vez Mais Certo


Prémios de perder de vista, Lisboa menina e moça no top do turismo, a Invicta idem, o país vai mal mas é fancy, chic, trendy, e outros tantos adjectivos em itálico e a boa vida que por cá se parece ter é laidback, apesar de tudo. E "apesar de tudo" são os modos em que tentamos (pelo menos eu tento) levar uma vida descontraída e com prazeres que nos façam felizes. Aí o vinho é rei e senhor e o que é certo é que o vinho é uma herança forte no nosso país e eu, como patriota que sou, desde que comecei a apreciar este néctar sempre o quis conhecer melhor. Para meu gáudio, o falatório todo fez saltar ferramentas muito fixes, entre guias e app's, que facilitam esse ébrio reconhecimento. Sou particularmente fascinado pela "regionalidade" do vinho e pelo facto de ser transversal ao Dom na herdade e ao Zé na taberna, despertando uma curiosidade que me levou a descobrir que a região vinícola demarcada mais antiga do mundo é portuguesa, com certeza.

Decretada pelo Marquês de Pombal, em 1756, a Região Vinhateira do Alto Douro é única nas virtudes do solo xistoso aliado à exposição solar privilegiada, com as características ímpares de uma paisagem cultural, rodeada de montanhas que lhe dão as características mesológicas, climáticas e perlimpéupéu particulares desta região e tal.

Embora esse seja imprescindível o milagre científico, o que me cheira a vinho é o trabalho árduo do homem do Douro, grande conhecedor do produto de excelência que tem uma origem tão humilde nesta terra. com mãos calejadas e pernas manchadas da uva. 

Na paisagem do alto douro vinhateiro, património da UNESCO desde 2001, que reúne o carácter único do território à relação natural da cultura do vinho com a oliveira e a amendoeira, a parte que toca ao homem torna-se óbvia na construção dos muros em xisto, que prolongam as encostas e a autenticidade do cenário de uma das regiões vinhateiras mais aclamadas do mundo, a mais antiga.

A Região Demarcada do Douro é onde se produzem os vinhos correspondentes às denominações de origem D.O.C. Porto e D.O.C. Douro e estende-se por 22 concelhos, o que corresponde a 250 mil hectares. 24 mil desses hectares são agora classificado pela UNESCO como Património Mundial, sendo a zona classificada uma fiel representação da diversidade do Douro, com as suas sub-regiões do Baixo Corgo, do Cima Corgo e do Douro Superior, criando medidas de ordenamento e gestão do território e de qualificação e valorização ambiental muito bem-vindas para o território. Esta classificação intensificou o tráfego fluvial de barcos de cruzeiro para turistas, as quintas, antes privadas e cerradas ao mundo, abriram as portas às Rotas do Vinho do Porto, o comboio histórico regressou à Linha do Douro e os desportos náuticos passaram a ser uma constante nas águas fluviais. Parece-me prova suficiente que o vinha faz bem à saúde.

O mundialmente célebre vinho do Porto, cujas origens remontam à segunda metade do século XVII, altura em que a iguaria começa a ser produzida e exportada em quantidade, especialmente para a Inglaterra, tem sido alvo de adulteração em vários momentos na história, tendo sido criadas várias formas de proteger esta região, antes do largo contributo da UNESCO, como a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, criada em Setembro de 1756, que promoveu a colocação de mais de 300 marcos pombalinos, que delimitavam a região, ou seja, o tão aclamado momento histórico em que foi demarcada a primeira região vinhateira no mundo.

Graças à constante atenção dada a este ouro português, é possível hoje apreciar, com qualidade, 'várias variantes' (tropeça a língua) do vinho do Porto, como o Lágrima, um branco que pode ser seco, doce ou muito doce e que chega ao mercado depois de três anos de estágio, o Ruby, um tinto também amadurecido, tradicionalmente, por três anos, o Tawny, que envelhece cerca de 5 anos em cascos de carvalho antes de chegar a garrafa, os de Estilo Vintage, que podem ser apreciados logo após o engarrafamento, os Crusted, envelhecido em casco durante 2 ou 3 anos e por mais 3 ou 4 em garrafa, antes de ser consumido e ainda os premium Late Bottled Vintage, que resultam apenas de colheitas de boa qualidades passa entre 4 a 6 anos em cascos antes de ser engarrafado e os Real Vintage, que nem todas as vindimas podem gerar, uma vez que são resultado de uma reunião de excepcionais condições climáticas que permitem maturações ideais em anos de excelência.

Seja por este afamado Vinho do Porto ou pelos mais recentemente reconhecidos vinhos de mesa de grande qualidade, o rio Douro e os seus afluentes, os muros de xisto, suportam alas de videiras carregadas com cachos de uva branca ou tinta, verdadeiro símbolo da região, que não só alteraram a paisagem como o ritmo da vida dos durienses, com Inverno calmo, uma primavera e verão cheios de vida e actividade dos visitantes, que dão lugar à azáfama das vindimas, no outono, com o descer e subir de cestos e tesouras de poda, nas encostas repletas com os árduos trabalhadores durienses.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Música do Dia - José González/How Low

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.



Montado num mustangue com uma pelagem acetinada e de um tom profundo de chocolate, a chuva cai forte e as nuvens negras no horizonte são constantemente rasgadas pela fulminante luz dos relâmpagos enquanto atravesso, a galope, a ponte que transpõe a fronteira entre o faroeste e o México. A banda sonora torna o ambiente de Red Dead Redemption quase real quando a aquela afinação de guitarra tão distinta da sonoridade de José Gonzaléz começa a soar. "Far Away" é o tema que se faz ouvir nesse ponto de viragem da história deste grande jogo da Rock Star, que apresenta, para mim, das melhor imagem da história dos videojogos.

A música teve tal impacto que fui tentar descobrir mais acerca deste sueco com um nome que tem tanto de nórdico quanto eu tenho de milionário, fruto das suas origens argentinas. O uso de uma afinação muito característica torna as suas melodias mais graves e introspectivas, que assentam que nem uma luva em letras com uma mensagem de revolta tão hábil e subtil quanto este tema que agora vos faço chegar.

How low are you willing to go
Before you reach all your selfish goals
Punch line after punch line
Leaving us sore, leaving us sore

Absorbed in your ill hustling
Feeding a monster, just feeding a monster
Invasion after invasion
This means war, this means war

Someday you'll be up to your knees
In the shit you see
All the gullible that you mislead
Won't be up or it

Where to, will you relocate
Now that it's war, now that it's war 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Música do Dia - Natiruts/Deixa o Menino Jogar


Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.





As vibrações do reggae dos Natiruts tem vindo a ficar cada vez mais influenciadas pela boa interpretação do MPB que os grandes músicos de nova geração do Brasil andam a fazer. Esse facto é notável no Acústico de Natiruts, onde músicas de sempre parecem fazer ainda mais sentido do que nos seus álbuns de origem. Deste lado do atlântico partilhamos o mar, a devoção religiosa e laços suficientes para compreender cada mensagem de imposição da paz e do amor nos meios mais revoltados. Esta é para mim a mais terna mensagem social dos nossos irmãos do outro lado do mundo, onde a profundidade poética e musical se igualam perfeitamente.