quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Música do Dia - Selah Sue/Crazy Vibes

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.







Teve um grande boom de popularidade em 2012, e deve ter sido nessa altura que ouvi falar nesta belga. A primeira vez que ouvi qualquer coisa da boca dela era um video em que tocava uma guitarra acústica e cantava um medley de canções próprias e covers à mistura (se bem me lembro). O que me prendeu foi mesmo a voz que, não estando a falar de nenhuma diva lírica, era algo fora do vulgar. Sem a conseguir etiquetar, Selah Sue toca e canta música do mundo, com muitas influências Reggae e R&B e toda com muito Soul, não o género, mas a garra. Andava para aqui a re-ouvir o álbum e esta é, definitivamente, a música que sempre gostei mais... há muito groove na forma como Selah Sue conta a sua aproximação à música.

I was never really into music, til I was about nine years old
Now I cant control myself from groovin
It is time for me to show

Cause today oh,
I'll show ya
I'll blow ya mind
Oh, let's hear the
Vibe go crazy, the vibe go crazy

I was always on the run I tell ya, it was not an easy road
But now Im ready to bring joy and fire, the best things in life, for sure
I do know what its like to feel sad all the time
But, you see, wicked vibes bring that joy in your life

Cause today oh,
I'll show ya
I'll blow ya mind
Oh, let's hear the
Vibe go crazy, the vibe go crazy

Cause today oh,
I'll show ya
I'll blow ya mind
Oh, let's hear the
Vibe go crazy, the vibe go crazy

The rhythm is magic, and it gets me up, again and again
I feel like Im flying, it lifts me up, again and again
Do you know what it can do to you? Crazy vibes
You must know what it can do to you, crazy vibes

Cause today oh,
I'll show ya
I'll blow ya mind
Oh until the vibes go crazy
The vibes go crazy

...

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Música do Dia - Red Hot Chili Peppers/Hey

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.



Digam o que disserem as críticas, cada álbum dos Red Hot tem a sua legião de fãs. Eu entrei no comboio por altura do Californication, mas depressa tive que ir conhecer as estações que tinham ficado para trás, assim como fiquei para conhecer todas as que passaram desde então. O que é certo é que marcaram, mais do que qualquer outra banda, toda a minha influência musical e são, provavelmente, o número um no meu top de sempre. Stadium Arcadium foi uma reviravolta, fiel ao estilo que os caracteriza mas inovador na sua concepção. Hoje estava a ouvi-lo e esta musica fez-me lembrar que sinto a falta do Frusciante... Não que o Klinghoffer seja mau, mas faz-lhe falta aquela melodia quase falante, que já não se ouviu desde o I'm With You. Fiquem com a letra. Bye!


Won't somebody come along
And teach me how to keep it alive?
To survive.

Come along and show me something
That I never knew in your eyes.
Take away the tournicate.

I used to be so full of my confidence,
I used to know just what I wanted and just where to go.
More than ever I could use a coincidence,
But now I walk alone and talk about it when I know.

Hey, oh yeah, how long?
I guess I ought to walk away,
Hey, oh yeah, so long...
What you gonna do today?

I don't wanna have to, but I will,
If that's what I'm supposed to do.
We don't wanna set up for the kill,
But that's what I'm about to do.

Let it on, I'll cut you off when you're screaming into the phone.
Hard to own.
Anyway, I wanna let you know that everything is on hold.
What you gonna do to me?

You used to be so warm and affectionate.
All the little things I used to hear my fairy say,
But now you're quick to get into your regret.
I'll take the fall and now you got to give it all away.

Hey, oh yeah, how long?
I guess I ought to walk away,
Hey, oh yeah, so long...
What you gonna do today?

I don't wanna have to, but I will,
If that's what I'm supposed to do.
We don't wanna set up for the kill,
But that's what I'm about to do.

Hey, what would you say if I stayed?
Stayed for a while, if I may.
Say it again and I'll come around,
But not for the last time...
Hey, what would you say if I changed?
I'll change everything but my name.
Play it again and I'll come around,
But not for the last time.

You used to be so warm and affectionate;
I used to know just what I wanted and just where to go.
And now you're quick to get into your regret;
And now I walk alone and talk about it when I know...

Hey, oh yeah, how long?
I guess you gotta walk away;
Hey, oh yeah, so long...
What you gonna do today?

Hey, oh yeah, how long?
I guess you gotta get away;
Hey, oh yeah, so long...

What you gonna do today?

Êxtase Urbano na Fábrica 22

Sempre tive a sensação que nunca há um sítio decente para nos divertirmos perto da zona onde vivo. São sempre os mesmos bares e as mesmas ruas, ainda com o seu encanto, mas sem nada de novo para dar, ou então aqueles sítios que sabemos que existem, mas que ficam fora do orçamento. Foi por isso que foi quase um choque de surpresa conhecer a Fábrica 22, um grande centro urbano de atividades indoor, com 2.000m2 divididos em dois andares, onde cabem os mais variados elementos de diversão, a um preço que considerei bastante acessível e logo ali em Alvalade, na Rua João Saraiva e no número que dá nome à fábrica, onde antigamente se faziam bolos

De manhã à noite (10h ás 24h), os praticantes ou aspirantes do Skate têm à disposição a zona de Bowl e a zona de Street, com diversos obstáculos para todas as dificuldades, com direito a escolinha e tudo, num espaço que foi originalmente montado para os campeonatos promovidos pela Converse. No entanto, se as rodas não forem o forte do visitante (o meu caso), o dia ainda se pode tornar muito produtivo para o bem-estar físico com os programas de resultado a curto prazo de Bootcamp, num espaço com condições únicas. Quem quiser adicionar uma dose de ritmo também pode usufruir de umas aulas de dança, desde Hip Hop e Ragga a Contemporânea e Ballet.

A razão que me levou à Fábrica 22 valeu bem a pena. O LaserTag já não é nada daquilo que me contavam, em que se tinha um colete que pesava uma tonelada, com um ambiente mal criado e uns fones por onde eras avisado que já devias ter caido. Este LaserTag usa o sistema mais avançado do mundo, utilizado para o treino das Forças Especiais Americanas, com réplicas de armas e equipamento real e ainda com um sistema de choques elétricos para quem é atingido. Isto tudo melhora exponencialmente com um ambiente muito bem concebido, desde o laboratório nuclear, passando pelo labirinto urbano, à floresta com pinta de Vietname. Tudo isto com um ambiente sonoro que só dá um empurrãozito à frenesim de adrenalina, num jogo de equipas de 4 para 4.
Mas à mais rodas para além das do skate nesta fábrica, afinal é lá dentro que está a primeira pista de karts eléctricos em Portugal, com 420m2 de pista de drift, ambientada num verdadeiro cenário urbano, com os grafittis dos artistas convidados pela converse, que deteve o espaço antes da Fábrica 22. Para quem não está para se mexer tanto ainda há uma zona gaming, com consolas PlayStaition 4 e 3, Wii e Xbox, mas também com coisinhas mais clássicas, como matraquilhos, snooker, simuladores de condução e dardos.
Tanta actividade talvez dê alguma sede e uma certa vontade de relaxar... Os anfitriões pensaram nisso e criaram também uma zona de bar, com espaço interior e esplanada, que tem as condições ideais para acolher concertos, teatro, dança ou exposições, a cereja no topo do bolo que decora um espaço verdadeiramente urbano, multi-cultural, multimédia, multi-activo e multi-tudo, ideal para quem se queixa de não ter nada que fazer.

Fica aqui um pequeno teaser da única actividade que tive o gosto de fazer, por enquanto, na Fábrica 22.
Todos os direitos de multimédia pertencem a: Fábrica 22.



quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Música do Dia - Queens of the Stone Age/The Bronze

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.









The Bronze é o primeiro carro, a primeira namorada, a primeira viagem, a primeira casa, que quando recordamos, dizemos "aquilo é que era!". Esta música foi gravada em 1998, e eu era mais Back Street Boys do que Queens of the Stone Age... dos quais só estava para ouvir falar dali por uns anos, mas desde que sou fã e consumidor fiel, não só da sua música, mas também da sua sonoridade, uma vez que a influência de qotsa me fez procurar mais rock, que tenho adorado conhecer os primeiros anos desta banda. Num Split CD com os Beaver, as nossas rainhas gravaram este fabuloso The Bronze, recolocado na reedição de 2011 do album auto-intitulado dos qotsa, que já deu arrepios de prazer e vontade de ir chorar para um canto depois de levar um raspanete desta guitarra, a quem tantas vezes quis responder... só ouvindo. 

Força! Estava na altura de a Música do Dia acelerar um bocadinho...

I've been waiting
Waiting under things
That rise in the morning
I've been holding

Holding back so long
You can own it
Take it off my hands
Do me a favor

Nothin' wasted
Just finger fucked
And busted up
All at once

Im so lost out on the highway
With no direction left to go
Everyday sit up and wonder
Where it was I started from

The more youve found
The less youve been around


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Música do Dia - Flight Facilities/Foreign Language

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.









A primeira música do dia que adaptável a discotecas, ginásios e festas com alto groove. Flight Facilities fazem esta eletrónica que não sei identificar porque não estou familiarizado o suficiente com o género para nomear as variantes, mas que o fazem com estilo e com groove isso não lhes posso tirar. É rara a música que se adapta tanto a discotecas como à minha playlist, com apenas um punhado de artistas a conseguirem a proeza, como Daft Punk, Gorillaz ou até Duck Sauce. Aqui os dois australianos pedem emprestada a voz de Jesse Higgs e espetam-na perfeitamente neste beat e riffs num video que vale mesmo a pena ficar a ver!


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Música do Dia - Rock Plaza Central/Them That are Good and Them That are Bad

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.








Rock Plaza Central, que descobri há muito pouco tempo, revelou-se uma das bandas de rock indie que mais admiro. Cada tema um hino épico que nos encoraja a cheirar a terra debaixo dos pés. Esta aparente reunião espontânea de músicos de Toronto tem a sua âncora na voz de Chris Eaton, cujos voos para longe da harmonia das fanfarras e do perfeitamente instável violino seriam completamente deslocados se não fosse a interpretação tão sentimental destas paisagens musicais que a banda pinta. No meio de tantos meninos de cabelos e roupas mais weird que irreverente, a tocar o pop barroco que está tão na moda, já merecia encontrar uma banda indie que tivesse alguma integridade.

Perfiram sempre letras que questionam do que letras que respondem. É talvez por isso que esta me soa tão imponente...

There are stars in the heavens
That once fell from sunny meadows
Where they long for things unsightly
That might let them shine more brightly

When they find out that we're right
Will they all give up their fight?
When they see what is inside me
Will they all start to deride me?

When we fall far from the light
Will it make our darkness bright?

When we fall far from the light,
Will it make our darkness bright?

When I fall far from the light,
will it make my dark seem bright?

When we come to the river
Will they all see ascents/(?) shiver?
Will they take all the action
That they need to stop our faction?

When we fall far from the light,
Will it make our darkness bright?

When I fall far from the light,
will it make my darkness bright?

...

O folklore escondido de Portugal em 'Breviário das Más Inclinações'

Este título foi irresistível para mim "Breviário das Más Inclinações", peguei no livro e virei-o para ler a contra-capa e o que li convenceu-me de imediato a levá-lo comigo para poder andar lá pelo meio das páginas. 

"'Depois de se ter deitado com um homem, lavava-se sempre numa infusão de folhas de arruda, apanhadas ao luar, e bebia tisanas com sementes de funcho e de sargacinha-dos-montes, para que as regras não lhe faltassem.' Assim começa este romance que narra a vida e a morte (aos 33 anos, como Jesus) de José de Risso, um homem de virtude que nasceu marcado nas costas com um sinal em forma de folha de carvalho. Pelo meio há o enorme lobo de Espadañedo, um lobisomem que descia da serra quando a Lua lhe estava de feição; há receitas de chás e de tisanas que curam do mau-olhado, da má-sina com as mulheres, dos amores infelizes, das galhaduras, dos maus pensamentos; há chás e tisanas que fazem recobrar os ímpetos aos homens; há também Purísima de la Concepción, a muito bonita e alegre viúva galega, de quem se dizia (sem se ter a certeza) que encomendara a morte do marido a um matador de touros andaluz a quem as mulheres casadas chamavam, com disfarçado fervor e muita paixão contida, Niño del Teso; há um circo de Saltimbancos com uma cigana de asas brancas que voa nua por cima do pátio da escola; há uma professora da Primária, muito nova e muito bonita, de quem se dizia que gostava de mais dos meninos; há refugiados espanhóis fugidos à Guerra Civíl que começou no dia de S. Camilo; há ricos contrabandistas de volfrâmio; há curas e milagres; há o fiel Lázaro, o cão; há uma mulher contorcionista que deita espuma verde pela boca; e há muito mais de um Portugal que lentamente vai desaparecendo. Traduzida em vários países, Breviário das Más Inclinações foi a obra que consagrou a internacionalização de José Riço Direitinho", foi o presságio da magia obscura do folklore português que encontrei nas traseiras daquele livro 

Talvez tenha sido a partilha do nome do autor com o personagem principal, José de Risso, que levou José Riço Direitinho a explorar a oculta história deste curandeiro popular, quase santificado, que nasceu com um sinal em forma de folha de carvalho nas costas. Este sinal é marca mais forte da sua sina, que se raiava de vermelho e chegava a sangrar cada vez que José de Risso punha em prática os seu condão milagreiro. Só sabemos que o curandeiro viveu entre 1923 e 1956 e morreu com a idade de Jesus. Quanto a Vilarinho dos Loivos, só sabemos que é uma aldeia raiana algures no noroeste de Portugal, com a sua existência fruto da ficção do autor, que deixa a localização exata ao imaginário de cada leitor.

O rapaz que protagoniza a história era, para todos os efeitos, um orfão. A sua mãe morreu no parto e o pai, caixeiro-viajante, só apareceu uma vez para plantar a semente na mãe ainda jovem e deslumbrada pela liberdade que experimentou naquela noite de bailarico na eira, na época da desfolhada. José vivia com a avó, que lhe ensinou uma boa dose da parte técnica de ser curandeiro, embora esse dom lhe corresse nas veias. Esse dom é tão vasto que não se pode dizer que José de Risso seja apenas um curandeiro nato, já que a força desta maldição ou benção, cada um que o interprete, é tanta que o rapaz a usa inconscientemente ao sabor dos seus humores, curando milagrosamente ou destruindo de forma implacável.

"Breviário das Más Inclinações" foi editado pela primeira vez há 20 anos, mas só recentemente encontrei esta reedição da Quetzal, sem a qual nunca teria conhecido este saboroso conto, escrito em linhas de um sobrenatural muito ténue, densamente mascarado com rasgos de uma tradição tão genuína que já nem os portugueses de hoje conhecem, mas com a qual inconscientemente se identificam. Pelo menos, esse foi o meu caso.