quinta-feira, 31 de julho de 2014

Música do Dia - Terry Reid/Seed of Memory

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.




Reid entoa esta balada que nos parece transportar para o fim de uma batalha no álbum com o mesmo nome que este tema, gravado em 1976, depois do artista ter recusado o convite para entrar nos Led Zeppelin, sugerindo a Jimmy Page que optasse por Robert Plant e abrindo caminho para aquele que foi considerado, por uma qualquer publicação digna de fazer esse tipo de coisas que acho que se chama Rolling Stone, o 15º melhor vocalista da história. Na minha modesta opinião, Terry não fica na sua sombra, deixando os gritos e falsetes para o colega e dedicando-se a baladas tão puras como este bocadinho mágico que nos deixa ouvir memórias de alguém que não tombou.

Ah... e não havia uma que encaixasse melhor nos créditos finais de The Devil's Rejects, imediatamente a seguir ao igualmente brutalíssimo  final enquadrado na Free Bird, de Lynyrd Skynyrd... GRANDE Rob Zombie...

Até Onde as Páginas da Pinto Lopes nos Levam

Portugal é um destino de viagens cada vez mais popular, tanto que até a National Geographic Traveler traçou um artigo com os mais rasgados elogios a todos os pontos cardeais deste nosso país, com direito a capa e tudo, oui oui. Da sua beleza não duvido, como já disse mais do que uma vez sou adepto do "Vá para fora cá dentro" e os destinos que alguns consideram coisa meio saloia, para mim são genuínos e têm um carisma particular. Gosto muito disso tudo, mas gosto mais de saber onde é que Portugal me pode levar! Foi a pensar nisso que a minha atenção se despertou para a Pinto Lopes Viagens, nascida na Invicta há 40 anos e que passou de uma brincadeira para organizar umas viagens com os amigos para uma agência com circuitos por todo o mundo, que criou um conceito que passei a considerar um dos mais inovadores no mundo das viagens: as Viagens com Autores. 

E não há melhor que deixar o seu criador, Joaquim Manuel Bismarck Pinto Lopes (doravante Sr. Joaquim, antes que se me acabem os caracteres) contar-nos a história nas suas próprias palavras“Decorria o revolucionário ano de 1974, quando me lancei nesta longa aventura. Chamaram-me louco e provavelmente tinham razão. Eram tempos difíceis, em que a geopolítica transformava fronteiras em barreiras quase intransponíveis. Impunha-se um espírito aventureiro, de mochilas e tendas, sacos-cama e farnéis, autocarros com bagagem no tejadilho e sem ar condicionado. Durante anos, dei a conhecer a Europa a todos os amigos que comigo quiseram partilhar essa loucura. A experiência continuou. Sempre na mira das tendências do mercado, à medida de projetos e impulsos, veio o momento de estabilizar, de dar conforto e segurança ao leque, cada vez maior, de amigos. Seguindo o curso natural dos acontecimentos, em junho de 1994 inauguro o espaço físico, na Rua Alexandre Herculano, a que simplesmente chamei “Pinto Lopes Viagens”.

Em 2012, sem medo nenhum de profecias maias, a agência lançou as “Viagens com Autores”, um conceito que permite aos viajantes conhecer uma brutalidade de destinos fixolas na companhia de um escritor ou de qualquer outra figura reconhecida pelo público. Os autores tornam-se, assim, guias turísticos em viagens que partilham com grupos até 25 pessoas.





Os Mais Ilustres Autores


O conceito começou com Gonçalo Cadilhe, que foi guia em viagens pela Índia de Fernão Mendes Pinto e que continua ainda associado à agência com viagens que vão desde Itália à Indonésia. Depressa se juntaram Raquel Ochoa, profunda conhecedora da Índia portuguesa, que levou os seus parceiros de viagem pelo mundo real que inspirou a sua obra "A Casa-Comboio" e José Luís Peixoto, um tipo que sabe o "Segredo" e que os tem no sitio para entrar umas quantas vezes na Coreia do Norte e expor um ou outro podre que o pacato país tenha.


Qual conceito premium das viagens (way out of my wallet), ainda se vieram juntar mais ilustres à festa: Rui Massena, il Maestro tuga mais conceituado da atualidade e que andou a fazer umas coisas bem giras com bandas como Da Weasel e Expensive Soul, vai levar a clientela da PLV por terras de Mozart e Beethoven para visitar algumas das óperas mais pomposas do velho mundo. Tiago Salazar, escritor viajante que começou como jornalista e autor do programa "Endereço Desconhecido", é um perito no trabalho de Jorge Amado e as suas viagens pela Bahia devem ser uma experiência tótil baril.


O mais recente, e talvez o mais caricato, foi o mui ilustre Fernando Alvim, que vai passar o Halloween com os malucos que o quiserem acompanhar para a Transilvânia, à procura do castelo do Conde Drácula (e enquanto esse dá conta do sangue aos incautos, o nosso vai secar tudo o que é adega romena) e eu cá até ia com ele. 

Não se pense que a PLV é só viagens fancy para carteiras volumosas. Especializam-se ainda em viagens de grupo e têm escolha desde o tal "vá para fora cá dentro" até aos nossos antípodas, com programas muito interessantes e algumas viagens em formato low-cost (still out of my wallet).

Com isto, fiquei a conhecer alguns autores e escritores muito interessantes que ainda hei-de explorar melhor, talvez não neste contexto, em que já têm um papel fundamental.



quarta-feira, 30 de julho de 2014

Música do Dia - We Are Jeneric(The Parlor)/The Wind

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.







Uma das melhores coisas que o arrebatador filme indie The Battery teve foi a música, que se assemelhava quase a um personagem principal. Esta é uma das suas pérolas, um momento de ternura que é capaz de fazer um homem grande chorar. Aliás, este casal, unido pela música, formaram o duo JenEric, agora conhecidos com "The Parlor", e são reconhecidos por ter o dom de fazer magia com as suas pequenas audiências e transportar os ouvintes para mundos onde tudo é mais bonito. Obrigado Jen e Eric.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Musica do Dia - The Black Keys/Oceans and Streams

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.




Porque quando és fálicamente empalado em questões financeiras ficas cabisbaixo e pensas em músicas com uma aura auto destrutiva... esta é isso tudo mas em cool.

Estes dois tipo de Ohio começaram em 2001 mas só há um par de anos é que começaram a soltar as areias do fundo e a fazerem-se ouvir. Eu soube deles no início do burburinho e fui espreitar. O album thickfreakness, o segundo, foi o primeiro com que me deparei e fiquei logo convencido que estes dois gajos sabem o que é rock'n'roll a sério. Desde então tenho vindo a descobrir devagarinho, mas é sempre uma boa dose de sanidade mental. Obrigado. Grande letra...

With guilt that no man should carry
Heavy enough for me to get buried
I feel death on the road tonight
It's got me to where I wanna run and hide

Oh, I used to dream
Of oceans and streams
Flowing and growing strong
Where have all those days gone?

These days I'm so slow
All those thoughts and nowhere to go
My aim it used to be so true
My world had a place in it darlin', just for you

Oh, I used to dream
Of oceans and streams
Flowing and growing strong
Where have all those days gone?

'Scuse me, now, I gotta go
Can't stand to be here anymore, no
I'm sick and I gotta go to bed
If I stay now, I'm better off dead

Oh, I used to dream
Of oceans and streams
Flowing and growing strong
Where have all those days gone?

O Gigante de Pedra que 'Guarda' a Serra da Estrela

O meu trabalho é diversificado e entusiasmante, mas passa-se maioritariamente dentro de quatro paredes, o que faz ter cara de lula em pleno verão. No entanto, em alguns momentos, lá me deixa ver a luz do sol por algumas horas e ontem mandou-me ir ver o sol do interior, na Guarda. Depois de cumprida a minha missão laboral ainda tive um par de horas para visitar o centro. Embora seja rendido ao turismo "Vá para fora cá dentro", ainda não tinha tido oportunidade ver esta grande cidade da Beira Alta, erigida num maciço granítico nos planaltos que seguem a nordeste da Serra da Estrela, maioritariamente feita do mesmo material: o granito. 


Como não tinha tempo nem estofo para grandes caminhadas deixei-me ficar um pouco pela praça Luís de Camões, a petiscar numas arcadas, com vista para a Sé, e fiquei ali a olhar com uma curiosidade distraída para aquele gracioso e imponente monte de pedra. Depois dei um passei ali pelo centro sem nunca fazer menção de entrar na Catedral, que só decidi fazer quando já me tinha fartado de andar e vi que ainda me sobrava 20 minutitos.

Valeu-me a viagem: a imponência já grandiosa do exterior não deixa adivinhar o ambiente majestoso do seu anterior, ou então estava mesmo distraído. Entrar na Sé Catedral da Guarda é uma viagem no tempo que corta a respiração, o seu interior é absolutamente medieval em ambiente, mesmo que os pormenores arquitetónicos revelem restauros e reformas mais tardias.


Qual imponente gruta natural, afinal a Catedral é até descrita como um dos mais belos monumentos do seu género, em Portugal. A construção daquilo que vi remonta aos finais do século XIV, durante o reinado de João I, depois de D. Fernando ter dado numa de verdadeiro político e ter prometido sem cumprir a edificação de um novo templo naquela cidade. novo templo. Como a pedra por ali é escassa (ou talvez não tinha sido por isso), só no reinado de D. João III é que a obra acabou, dois séculos corridos, e é por isso que dizem que apresenta elementos do estilo ogival, gótico e joanino, com pormenores de estilo manuelino, sendo que, na minha ignorância da historia da arte e da arquitetura, nem dei por eles.

O portal principal, aparentemente de estilo Manuelino, despertou-me a atenção simplesmente por estar orientado para sudoeste, deixando entrar no templo uma envolvente luz de fim de tarde por um olho vítreo que um dia terá privilegiado de vista para as encostas da Serra da Estrela, mas que com o tempo foi tapada por outros edifícios. Em forma de cruz latina (esta eu sabia identificar), tem três naves, com uma nave central que deixou o peito apertado de me sentir tão pequenino.


O retábulo escultórico que se vê por detrás do altar, vim a descobrir que é da autoria de João de Ruão e as suas figuras mostram uma hierarquia do espaço celeste, foi o remate na minha curta visita, antes de sair ainda sem palavras, mas como estava sozinho também não fazia muito sentido estar para ali a dizer fosse o que fosse. Resumindo, não tive tempo para ver muito mas acho que, vendo a Catedral, vi o essencial.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Música do Dia - Funami/Far from Rio

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.




Funami é um projeto que já me intriga há alguns anos e é recorrente pôr-me a ouvir o álbum a que os seus criadores vieram a chamar Vocaphilia. Funami é um segredo musical de origem luso-canadiana, criado por Tiago Conceição e Alex Desilets. Depois de uma viagem espiritual, Alex estava determinado a dar forma à sua inspiração através de uma única voz. Tiago tinha a capacidade técnica para materializar a visão de Alex e assim criaram um álbum gravado apenas com voz, editada e modulada para criar todos os instrumentos, num conceito que ficou conhecido como Vox Machina. Esta Far from Rio é uma peça com uma tonalidade especialmente decadente, com rasgos de luz arrepiantes que nos deixam a viajar pelo espaço profundo com a sua tónica futurista. Hoje foi a primeira a tocar na minha playlist do Spotify.

Ah, o video com as fotografiazinhas do anime Bronze: Zetsuai foi a única coisa que se arranjou para partilhar a música... sorry. Mas o que conta é o som.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Música do Dia - Gorillaz/Demon Days

Uma rubrica que, para além de me obrigar a uma publicação diária, reflecte algo que já é normal no meu dia a dia. Ou porque é a música que me está na cabeça quando acordo, ou porque é a primeira música que realmente me faz acordar quando já estou a trabalhar, ou aquela cuja letra vou a reflectir no caminho para o trabalho, ou simplesmente a que me fez, por vezes com uma simples nota, levantar os pelinhos dos braços, uma reacção física à emoção que me fascina e cuja explicação lógica ignoro.





Calhou bem que no primeiro dia em que ponho a ideia desta rubrica em prática seja esta a música a surgir. Embora seja a última do álbum, também designado Demon Days, é uma abertura épica para este momento, assim como foi hoje para o meu cérebro, que só acordou quando as ondas sonoras emitidas pelas vozes do The London Community Gospel Choir ecoaram cá dentro. Com uma letra que nos encoraja a sair do buraco e a viver no Sol a sexta-feira já se transforma em fim de semana, por isso, fiquem com a letra da música que fecha de forma esplêndida um álbum que é de louvar.



In demon days, it's cold inside

You don't get nobody, people sigh
It's so bad, lasting far, but love yourself
Hiding in a hole in there
All the glasses are too big
Bring it back, got to hold it back
To let you do that yet you don't want me back
Before it fall down, falling down falling down
Falling out to go far from the sun

In these demon days,
It's so cold inside,
So hard for a good soul to survive
You can't even trust the air you breath
Because Mother Earth wants us all to leave
When lies become reality
You numb yourself with drugs and TV
Lift yourself up it's a brand new day
So turn yourself round
Don't burn yourself, turn yourself
Turn yourself around
Into the sun!

Into the sun, into the sun...
To the sun, to the sun...