quinta-feira, 31 de julho de 2014

Até Onde as Páginas da Pinto Lopes nos Levam

Portugal é um destino de viagens cada vez mais popular, tanto que até a National Geographic Traveler traçou um artigo com os mais rasgados elogios a todos os pontos cardeais deste nosso país, com direito a capa e tudo, oui oui. Da sua beleza não duvido, como já disse mais do que uma vez sou adepto do "Vá para fora cá dentro" e os destinos que alguns consideram coisa meio saloia, para mim são genuínos e têm um carisma particular. Gosto muito disso tudo, mas gosto mais de saber onde é que Portugal me pode levar! Foi a pensar nisso que a minha atenção se despertou para a Pinto Lopes Viagens, nascida na Invicta há 40 anos e que passou de uma brincadeira para organizar umas viagens com os amigos para uma agência com circuitos por todo o mundo, que criou um conceito que passei a considerar um dos mais inovadores no mundo das viagens: as Viagens com Autores. 

E não há melhor que deixar o seu criador, Joaquim Manuel Bismarck Pinto Lopes (doravante Sr. Joaquim, antes que se me acabem os caracteres) contar-nos a história nas suas próprias palavras“Decorria o revolucionário ano de 1974, quando me lancei nesta longa aventura. Chamaram-me louco e provavelmente tinham razão. Eram tempos difíceis, em que a geopolítica transformava fronteiras em barreiras quase intransponíveis. Impunha-se um espírito aventureiro, de mochilas e tendas, sacos-cama e farnéis, autocarros com bagagem no tejadilho e sem ar condicionado. Durante anos, dei a conhecer a Europa a todos os amigos que comigo quiseram partilhar essa loucura. A experiência continuou. Sempre na mira das tendências do mercado, à medida de projetos e impulsos, veio o momento de estabilizar, de dar conforto e segurança ao leque, cada vez maior, de amigos. Seguindo o curso natural dos acontecimentos, em junho de 1994 inauguro o espaço físico, na Rua Alexandre Herculano, a que simplesmente chamei “Pinto Lopes Viagens”.

Em 2012, sem medo nenhum de profecias maias, a agência lançou as “Viagens com Autores”, um conceito que permite aos viajantes conhecer uma brutalidade de destinos fixolas na companhia de um escritor ou de qualquer outra figura reconhecida pelo público. Os autores tornam-se, assim, guias turísticos em viagens que partilham com grupos até 25 pessoas.





Os Mais Ilustres Autores


O conceito começou com Gonçalo Cadilhe, que foi guia em viagens pela Índia de Fernão Mendes Pinto e que continua ainda associado à agência com viagens que vão desde Itália à Indonésia. Depressa se juntaram Raquel Ochoa, profunda conhecedora da Índia portuguesa, que levou os seus parceiros de viagem pelo mundo real que inspirou a sua obra "A Casa-Comboio" e José Luís Peixoto, um tipo que sabe o "Segredo" e que os tem no sitio para entrar umas quantas vezes na Coreia do Norte e expor um ou outro podre que o pacato país tenha.


Qual conceito premium das viagens (way out of my wallet), ainda se vieram juntar mais ilustres à festa: Rui Massena, il Maestro tuga mais conceituado da atualidade e que andou a fazer umas coisas bem giras com bandas como Da Weasel e Expensive Soul, vai levar a clientela da PLV por terras de Mozart e Beethoven para visitar algumas das óperas mais pomposas do velho mundo. Tiago Salazar, escritor viajante que começou como jornalista e autor do programa "Endereço Desconhecido", é um perito no trabalho de Jorge Amado e as suas viagens pela Bahia devem ser uma experiência tótil baril.


O mais recente, e talvez o mais caricato, foi o mui ilustre Fernando Alvim, que vai passar o Halloween com os malucos que o quiserem acompanhar para a Transilvânia, à procura do castelo do Conde Drácula (e enquanto esse dá conta do sangue aos incautos, o nosso vai secar tudo o que é adega romena) e eu cá até ia com ele. 

Não se pense que a PLV é só viagens fancy para carteiras volumosas. Especializam-se ainda em viagens de grupo e têm escolha desde o tal "vá para fora cá dentro" até aos nossos antípodas, com programas muito interessantes e algumas viagens em formato low-cost (still out of my wallet).

Com isto, fiquei a conhecer alguns autores e escritores muito interessantes que ainda hei-de explorar melhor, talvez não neste contexto, em que já têm um papel fundamental.



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